quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

XXIV Estágio Local de Vivência em SUS (ELV-SUS)

Nós, do Diretório Acadêmico de Medicina (DAMED-UFBA), estamos convidando você, calouro de Medicina em 2012.1, a participar do XXIV Estágio Local de Vivência em SUS (ELV-SUS). Antes disso, porém, vamos esclarecer algumas coisas:

1) O que é o Diretório Acadêmico de Medicina?

O DAMED é o órgão de representação dos estudantes da Faculdade de Medicina da UFBA. Ė formado por estudantes de diversos semestres do curso, visando, dessa forma, obter uma pluralidade de opiniões que é essencial para a discussão. O DAMED discute todos temas que tocam os estudantes de Medicina de uma forma ou de outra. Dentre eles, o mais importante é, como não poderia deixar de ser, o direito à saúde em sua concepção mais ampla e a educação médica, tendo em vista ainda o processo de transformação curricular pelo qual o curso de Medicina da UFBA está passando.

2) Transformação curricular? Como assim?
O curso de Medicina ho
je na maioria das escolas médicas do Brasil (inclusive na UFBA) tem como base um currículo arcaico, com um predomínio absurdo da teoria sobre a prática e uma supervalorização da memória como principal atributo do médico formado. Além disso, as diretrizes curriculares do MEC para o curso de graduação de Medicina preconizam a atenção básica à saúde através de ações de prevenção e promoção da saúde. Infelizmente, porém, o que se vê muuuitas vezes na prática e no dia-a-dia da faculdade é um direcionamento, por parte dos docentes e da própria estrutura do curso, para uma formação cada vez mais fechada que visa a formação de médicos que atendam na rede privada de saúde. O curso de Medicina da UFBA hoje se encontra em processo de remodelagem, com o intuito de assegurar a formação de médicos comprometidos com a saúde pública e com a Medicina Preventiva, assim como proposto pelo MEC.

3) Tudo bem.... Mas o que é esse "Estágio Local de Vivência no SUS" mesmo? Como funciona?

O Estágio Local de Vivência em SUS, projeto realizado semestralmente pelo DAMED desde 2000, é voltado para os calouros do curso de graduação em Medicina da UFBA e tem como objetivo recepcionar os estudantes recém-egressos do vestibular e inseri-los no universo de problematizações sobre o que é Saúde e os seus determinantes sociais, SUS, Reforma Sanitária, Luta Anti-manicomial e sobre a necessidade de se formar profissionais de saúde, partindo do foco da área médica, que saibam dialogar com a realidade da população brasileira. Esta discussão, imprescindível à formação de indivíduos comprometidos com a construção social, se perde ao decorrer do período de formação acadêmica sendo, quando muito, tangenciada pontualmente em algumas poucas disciplinas das grades curriculares dos cursos de Medicina. Assim, após uma série de momentos teóricos de capacitação, os estagiários serão deslocados para a cidade de Vitória da Conquista, onde o processo de implementação do SUS encontra-se avançado no estado da Bahia, e, a partir da vivência de uma semana, queremos construir, coletivamente, a visão de que a luta por um sistema público, gratuito e de boa qualidade de atenção à saúde das populações é possível. A avaliação dos calouros tem sido muito positiva, pois além de cumprir com os objetivos principais de sensibilização do estudante para o SUS e para o processo de transformação curricular da FAMEB, o estágio também possibilita uma boa integração da turma, antes mesmo do início efetivo das aulas! ;D


4) Quando e onde vai ser? Como eu faço para me inscrever?

O estágio será realizado em Vitória da Conquista no período que compreende a semana entre o dia 25/02 a 03/03/2012. No período de matrícula, o DAMED recepcionará os calouros, a fim de orientá-los sobre a inscrição, as atividades que envolvem o estágio, tais como as oficinas de capacitação com os estudantes interessados e a viagem propriamente dita. Provavelmente, haverá uma pequena taxa para cobrir necessidades básicas da viagem.


5) Quero muito participar, mas eu passei para o segundo semestre (2012.2)... Como que eu faço?


O estágio de vivência em SUS (ELV-SUS) acontece semestralmente desde 2000, sempre antes do início de cada semestre. Se você passou para o segundo semestre, relaxe! Antes do período de matrícula do segundo semestre (por volta do final de julho ou início de agosto), nós entraremos em contato novamente. Todo mundo poderá participar, só que no momento certo!


Pra começar é isso! Ainda existirão muitos outros momentos para informações e esclarecimentos. Qualquer dúvida basta postar no grupo do ELV no FACEBOOK, perguntar a algum veterano (são gente boa, pô...) ou se você anda meio tímido pode mandar uma mensagem pro e-mail damedparticipe@gmail.com !

"Ahh... ok, mas eu me sinto melhor com um contato mais pessoal, é mais aconchegante..."

Sem problemas! É só escolher alguém na lista abaixo! Os veteranos estão sempre disponíveis, inclusive durante a madrugada viu, ou vocês ainda não sabem que dormir NÃO é coisa de estudante de medicina? :D

Bem vindos à FAMEB!
AbraSUS!

DAMED


Contatos:

Thamirys Marinho

Tel: (71) 87663414 / (71) 93041676

e-mail: tthamysousa@hotmail.com


Mariana Prates

Tel: (71) 91862990

email: mari_prates@hotmail.com


Emerson Monteiro

Tel: (71) 88114951

e-mail: emonteirocoes@hotmail.com


Maianne Fernandes

Tel: (71) 88114951 / (71) 92597767

e-mail: maiannefernandes@gmail.com


Luna Carvalho

Tel: (71) 87874160 / (71) 93091675

e-mail: luna.dca@gmail.com



domingo, 22 de janeiro de 2012

DILIGÊNCIA – E o Médico Residente?

Não é de agora que boa parte dos egressos das mais diversas faculdades de medicina do país busca a especialização da sua prática profissional através dos programas de residência médica. E também não é de agora essa busca tem-se tornado, cada vez mais, mandatória – seja para conseguir um “lugar de conforto” no dia-a-dia profissional, seja para se sentir seguro no dia-a-dia do exercício da medicina, seja para conseguir definir melhor o seu lugar no mercado de trabalho, o médico e a médica recém-formados têm optado por “fazer residência”.


Uma parte considerável dos egressos das escolas nordestinas – e principalmente das escolas médicas baianas – resolve “fazer residência fora”, notadamente nos Hospitais das escolas médicas dos estados de São Paulo (principalmente), Minas, Rio e em Brasília. Mas uma parcela muito grande dos médicos formados na Bahia (assim como grande parte dos médicos formados no nordeste) opta por fazer residência médica na Bahia. E o “Hospital das Clínicas” – com sua tradição, sua história e com os diferentes grupos de professores responsáveis por coordenar e atuar enquanto preceptores nos seus diferentes programas de residência – é dos hospitais mais procurados pelos aprovados no SUS-BA. Já foi o mais procurado, a primeira opção na totalidade dos seus programas. E se hoje não é mais, é porque existem algumas coisas erradas. E esse erro não é de agora.


O atual processo de Diligência vivenciado pelo HUPES, como tem sido comentário geral, é apenas a ponta de um iceberg, a ponta de um novelo de lã que foi “mais que embolado” por diferentes mãos. Em 2005 também houve uma Diligência coletiva, em que “medidas emergenciais foram tomadas” para que pudesse haver o concurso para MR1 no ano seguinte. E, ao longo dos seus 63 anos, muitas foram as circunstâncias em que o HUPES e os seus programas de residência estiveram “perigando”. Se é verdade que “sempre tem-se dado um jeitinho”, e que ele “nunca fechou as portas”, é verdade, também, que no global, a situação do nosso Hospital tem piorado. De local de tecnologia de ponta, de referência nas diversas especialidades, de “se fazer ciência”, o HUPES tem-se tornado um espaço de “tocação de serviço” para a maioria dos médicos-residentes. Evidentemente, um lugar de “tocação de serviço” onde se está do lado da maioria das grandes cabeças que pesquisam e produzem ciência médica em nosso estado. Onde ainda se aprende boa medicina. Mas onde poder-se-ia aprender muito mais se o serviços, em sua maioria, não dependessem dos médicos-residentes para funcionar. E, para mudar essa realidade, tem faltado, substancialmente, duas coisas, como bem apontam os diferentes documentos do atual processo de diligência (MEC e respostas): financiamento e uma gestão competente e comprometida – do HUPES e de boa partes dos programas de residência médica.

Se a questão do “subfinanciamento” é global e atinge todos os hospitais universitários do país – sendo que têm existido diferentes propostas e métodos para lidar com a escassez dos recursos e captar verba, tanto da parte do Governo como dos próprios Hospitais – as questões referentes à gestão, que preenchem a maioria dos itens levantados como problema pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNMR) no relatório de abril de 2011 (remetido ao HUPES, à COREME e à Reitoria), dizem respeito, única e exclusivamente, à nossa casa. E somos nós os responsáveis por “arrumá-la”. Cabe a pergunta: será que tem sido feito pela COREME e pela CEREM (Comissão Estadual de Residência Médica), efetivamente, o que é necessário para o bom funcionamento dos Programas de Residência Médica do HUPES?


Chega a ser ilógico pensar que tudo está correndo bem, que tanto a CEREM quanto a COREME – e aqui são as comissões, e não seus respectivos coordenadores/presidentes – estão dando conta do recado de organizar os programas de residência médica (PRM) do HUPES e da MCO, de fiscalizar seus funcionamentos, de realizar avaliações sérias, periodicamente, e os ajustes necessários, de organizar as atividades teórico-práticas e científicas, de cobrar o cumprimento da carga horária dos preceptores dos diversos programas e de buscar as necessárias melhorias infra-estruturais para o HUPES e os PRM – e que foi por implicância que o MEC manteve, por mais de um ano, o HUPES e todos os seus PRM em avaliação e, posteriormente, os diligenciou. Então, na verdade, tanto a COREME quanto a CEREM não têm dado conta do recado. A diligência não é atoa, e continuar apostando na impunidade, na “pizza” – como foi feito ao longo de mais de um ano, e levou o HUPES e todos os PRM a atual situação – é, pelo menos, leviano. Pois, como tem sido possível escutar nos corredores do HC, e como a história tem mostrado, se “o único motivo para não descredenciarem os PRM do HUPES é porque é o HUPES, mas os problemas vão continuar”, há algo de muito podre no reino de “Edgard Santos”. Algo que tem piorado muito ao longo dos anos, e com o que não podemos continuar nos conformando.


Se, nacionalmente, algumas vitórias importantes foram conseguidas pelos residentes após muita luta – a MP 536, publicada recentemente no Diário Oficial da União e que garante os reajustes anuais da bolsa dos MR, além de moradia e alimentação, é talvez o maior exemplo – localmente, no HUPES e na Bahia, ainda há muito por se fazer. Tanto que chega a ser difícil escolher-se por onde começar – sobretudo quando, apesar do diagnóstico dos problemas já ter sido feito (e mais de uma vez!), um dos principais sujeitos políticos dessa “briga de cachorro grande”, os próprios residentes, encontram-se desarticulados: sem uma representação formal, sem uma associação estadual dos MR forte e atuante. Talvez o primeiro – e o principal – passo a ser dado seja exatamente esse: o de se organizar para encarar o que estar por vir: a nova visita da comissão, a reavaliação, as (novas?) exigências que serão feitas. Se organizar para conseguir lutar por mudanças no seu próprio processo de formação e especialização profissional. E, como consequência, por mais qualidade na assistência à saúde realizada no COM-HUPES e na MCO.


Nessa caminhada, que os MR do COM-HUPES e da MCO tenham certeza que podem contar com o DAMED-UFBA (Diretório Acadêmico de Medicina), e de tudo que pudermos dispor – meios de comunicação, rede social, espaços de representação – enquanto aliado na luta pela requalificação do Hospital Universitário Professor Edgard Santos e dos seus Programas de Residência.

(Em 6 de novembro de 2011)

DILIGÊNCIA – Quais são os problemas?

A diligência à qual estão submetidos todos os programas de residência médica do C-HUPES e MCO foi determinada após avaliação da CNRM, a partir da qual foi elaborado um relatório sobre os problemas vivenciados nas instituições e que relacionam-se ao funcionamento inadequado desses programas.

Os problemas foram apontados pelos próprios médicos-residentes (MR), bem como por professores-preceptores, dirigentes do hospital e da maternidade e pela reitoria-UFBA, e entre eles destacam-se:
1) Afastamento entre Reitoria, FAMED-UFBA e direção do Hospital.
2) Problemas de Recursos Humanos, que inclui falta profissionais de cargos técnicos e administrativos e médicos-preceptores, o que gera falta de supervisão de atividades dos MR e responsabilização dos mesmos pelos internos da graduação da FMB-UFBA, principalmente em plantões noturnos.
3) Falta de Recursos Materias, desde material descartável até cateteres e sondas. Adicionalmente, muitos equipamentos usados em técnicas de diagnóstico por imagem são obsoletos e/ou não funcionam, nem recebem manutenção adequada.
4) Inadequação de atividades, pois alguns programas dispõem de pouca rotatividade de pacientes, bem como concentração na atenção terciária à saúde, sendo necessária maior carga de atividade ambulatorial
5) Necessidade de adequação de atividades não oferecidas pelo C-HUPES através de convênios com outras instituições.
Entre outros problemas, como a sobrecarga devido ao grande número de leitos/MR, impossibilidade de realizar rodízios opcionais em outras instituições, condições ruins de trabalho e assistência (ex: não fornecimento de refeições para os MR em plantão noturno).
Os dirigentes do C-HUPES, da COREME e da MCO já elaboraram planos de ação para solução dos problemas apontados, cuja execução será avaliada por nova comissão da CNRM. Caso se observe que há pouca ação no sentido de colocar em prática esses planos, os programas de residência médica continuarão em diligência até o prazo final de adequação de abril de 2011.
Dessa forma é necessária uma mobilização dos MR e dos graduandos da FMB-UFBA, que estão incluídos na rotina do Hospital e da Maternidade, para pressionar as instâncias responsáveis, por uma ação efetiva e que busque a solução desses problemas.

(Em 5 de novembro de 2011)

DILIGÊNCIA – O QUE É BUCHICHO E O QUE É VERDADE


Olá, companheiros! Vamos resgatar aqui no blog um pouco sobre a DILIGÊNCIA DO HUPES e o que vem acontecendo desde que o problema emergiu! Quase uma "restrospectiva 2012" ! haha
Vamos lá! ;D

Durante o ano de 2010, todos os Programas de Residência Médica do Complexo-HUPES e da Maternidade Climério de Oliveira (COM-HUPES e MCO) estiveram sob avaliação do MEC, através da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Desde então, a CNRM vem apontando problemas sérios, de “diversas ordens e origens”.

Então, no início do ano de 2011, a CNRM já possuía o entendimento de que deveria colocar todos os Programas de Residência Médica do COM-HUPES e MCO sob DILIGÊNCIA, mas, por entender as implicações desse ato – o COM-HUPES e a Maternidade-Escola reúnem 26% das vagas de residência médica da Bahia, e 31,4% das vagas de Salvador – realizou-se, em fevereiro deste ano, nova visita da Comissão para reavaliação.

O produto dessa nova visita foi enviado às instâncias competentes em abril/2011 – um relatório que apresentava novas propostas de ação para os problemas enfrentados pelos Programas de Residência Médica do HUPES e da Climério, com vinculação de responsáveis (Diretoria do HUPES e da Maternidade, COREME, Diretoria da FMB e Reitoria) e prazos para a execução. Conseqüentemente, a COREME, a Diretoria da MCO e a Diretoria do HUPES enviaram documentos de resposta ao relatório da CNRM/MEC, remetidos à Brasília pela Reitoria da UFBA. Entretanto, nenhum dos documentos-resposta relatou as providências tomadas para resolver os problemas apontados pelo relatório da CNRM/MEC, que era justamente o que a CNRM esperava que fosse feito!

Assim, em setembro/2011, após 05 meses da chegada do relatório da CNRM/MEC em Salvador - nas mãos dos responsáveis por operar os ajustes apontados no documento - e após quase 02 anos de avaliação, a Comissão Nacional de Residência Médica, entendendo que:

A COREME da Instituição [HUPES], a Direção do HUPES e a Reitoria da UFBA não apresentaram comprovação da realização do plano proposto pela CNRM – há documentos relatando encaminhamentos das solicitações, contudo não devidamente concluídos”

... resolve colocar todos os Programas de Residência Médica (RM) do HUPES e da MCO em:

Diligência por 180 dias para a resolução das exigências e cumprimento do plano proposto, com conseqüente impedimento da abertura de novo processo seletivo para RM. Acompanhamento sistemático da CEREM-BA [Comissão Estadual de Residência Médica da Bahia] para avaliar andamento do processo. Nova visita pela CNRM no fim do prazo de 180 dias. Recomendação que a Reitoria da UFBA tome conhecimento das conseqüências e se manifeste sobre as soluções

Desde então, uma força-tarefa tem sido realizada por diferentes instâncias e autoridades a fim de tirar o HUPES e a COM dessa situação desastrosa. A principal ação foi a elaboração do relato das providências tomadas a partir das exigências feitas pela CNRM/MEC em abril - coisa que não foi feita pela COREME, pela Diretoria do HUPES e da MCO nos seus respectivos documentos anteriores. Outra ação, articulada através da interlocução do HUPES, da MCO e da Diretoria da FMB-UFBA com a SESAB, foi o adiamento (provisório) da divulgação do Edital do processo seletivo para o SUS-BA. A tentativa é tirar o HUPES da diligência para, somente após, lançar o edital.

A nova resposta (em verdade, a primeira) ao relatório da CNRM, cuja organização coube ao Prof. José Tavares-Neto, foi enviada à Brasília e deu resultados: ACONTECERÁ, AGORA EM NOVEMBRO, UMA NOVA VISITA DA CNRM. Durante a visita, se a comissão tiver o entendimento de que as exigências estão sendo cumpridas, a decisão de colocar os Programas de RM em diligência poderá ser revista – o que poderá permitir a participação do HUPES no concurso SUS-BA 2012.

(Em 3 de novembro de 2011)